Casa Maputo – um retrato íntimo
A casa é um referente que se situa nesta instalação numa esfera dupla e abrangente, a de um espaço reportado a um contingente alargado, territorial, político e histórico, e a um microcosmos íntimo, afetivo, o da memória. Refletindo sobre as questões de sobreposição cultural e sobre os limites da assimilacção cultural e etnológica em contextos coloniais, o espaço de representacção da casa é projetado sobre modelos científicos de representacção cartográfica, deslocando para esse espaço científico a distorção da memória e o centralismo de um ponto de vista. A agregacção da cor ao passado e do preto e branco ao presente acentuam as leituras simbólicas pessoais, entre uma geografia idílica do africanismo colonialista e o seu consequente desajustamento /depuramento, num outro tempo histórico.
Emília Tavares
